Nossos medos

Os nossos medos-"O MEDO nada mais é do que máscaras que nós usamos para disfarçar aquilo que hipoteticamente sentimos, somos ou disfarsamos ser".

"O MEDO nada mais é do que máscara que nós usamos para disfarçar aquilo que hipoteticamente sentimos".
Mas, diria diferente, não hipoteticamente, mas realmente o que sentimos.

Com esta frase, continuo a sentir que o medo é mais real do que abstrato. Ele está tão presente em nosso dia-a-dia que ao virármos a proxima esquina, podemos sentir aquela brisa que cobre nosso rosto e nos causa calafrios só de olhar para o horizonte vazio e azul sem fim.
Ali pode estar o segredo de todos os nossos medos. Em um texto passado aqui, relatei mais de "cem" medos prováveis que sentimos, mas nada é tão intrigante como o medo fatal, aquele que ceifa a parte vital do seu corpo e em outras palavras, todos nós temos medo da morte. Porque ela é misteriosa! Calada! Surda, mas, implacável e inogociável.

- Com ela não tem conversa, leva mesmo seja quem for, se for a hora ou o dia, já era.

- Certa vez um moço fez um pacto com ela: foi assim: ele pediu que lhe fosse concedido todos os prazeres do mundo, inclui muita grana, diversões, melherada e tudo que tinha direito. Desta feita o rapaz contava com seus vinte anos. - Então fez acordo com a "morte" e ela lhe deu tudo o que pediu em troca de sua alma e lhe advertiu: " Quando tiveres com seus setentinhas eu venho lhe buscar.

- Então o acordo foi selado, com sangue no dedo e tudo o mais.

- A morte surda, calada, sempre alí acompanhando a vida do moço . - Mas quando chegou a hora, passados os setenta anos, o moço que já não era tão moço, mas, curtia adoidado aquela vidona de milionário e cheio de festas, regadas a wiskie, mulheres, carros caros, mansões etc...Então ele lembrou-se de que havia feito o trato e justamente naquele dia completava seus setenta anos. "então, o velhinho agora, tentou fazer disfarce de todas as formas para enganar a morte, maquiou-se de palhaço e ficou por alí. - A morte veio como um furação, procurou o velhinho de setenta por todas as bandas, nos quatro cantos do mundo e não achava o velhote. - Assim, a morte viu que estava escurecendo e teria que voltar logo... pensou em pouco e logo resolveu: já que não achei o velhote, vou levar este palhaço mesmo, assim não perco a viagem.

Vida. Oh! vida!
Que maravilha a nossa vida!
Mesmo que tenhamos que sair bem cedo de casa para o trabalho, ter aborrecimentos no trânsito, se desentender com algum menos avisado naquele dia em que voce está mau humorado, angustiado e preocupado com suas contas que não fecham. Preocupado com os filhos que não querem aquele curso na faculdade e que voce acharia que seria bom para eles. Preocupado com o dia-a-dia dos mesmos.

Preocupações com seu futuro no trabalho? Será que amanhã, quando chegar ao trabalho, sua mesa estará no mesmo lugar? Ou será que alguém mudou-a de lugar sem o seu consentimento. Voce gostaria de ficar sempre viajando na janela, mas, chegou mais alguém que gosta de janela. E aí, o que fazer? Voce é o mais antigo? Antiguidade é posto? Bem são apenas suposições de situações não concretas, mas, e, se isto vier a acontecer? qual seria a sua reação diante dos fatos verídicos?

Aí voce me pergunta!
Mas, não estamos falando de medo? Claro! respondo: Estes também são medos que nos atormentam o tempo todo.
Outra coisa! O que voce faria se um dia fosse visto no "olho da rua", voce trabalhou durante 20 e tantos anos, não era concursado, não tinha um contrato vitalício. Era apenas um cargo em comissão, daqueles que pode ser nomeado e exonerado "Ad nutum", pela própria vontade do administrador. Mas, e os anos que voce esteve alí! Não serviram de amparo pra voce? São também , apenas ficção, mas, pode acontecer.

São coisas que não são tão reais, mas, volta e meia, acontece.
Tudo isto não é nada mais do que mais uma das máscaras que temos para cobrir o que é o medo real. Agora ele passa a existir. Sai de sua forma abstrata e materializa-se. A realidade é outra, agora, a partir de tudo isto, passa a ser medo mesmo, medo real, materializado.
Solidarizo-me com os que estejam numa situação parecida.

_ Mas, a máscara do palhaço não salvou nem o velhinho e agora?
 

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